Reencarnação
Mauro Pereira
Foi numa casa na ladeira, após um mato,
—Que hoje, dele, apenas tem ralo capão—
Com bom quintal, ladeira abaixo, até um regato;
Um fio d’água, hoje, a se esconder no chão.
Foi nessa casa de tabique, em tosco quarto,
Que se encheu de ar meu peito e meu pulmão,
Fazendo jus às dores de minha mãe no parto,
Saudou num choro, em grito, ao meu torrão.
Em meio a tal pobreza e a tanta alacridade,
Num sábado de maio às três da madrugada,
Dona “Polina”, à casa, às pressas foi chamada.
E à luz da lamparina, no quarto enfumaçado,
O riso de minha mãe com seu rebento ao lado.
Que a mão de Deus, de novo, deu à claridade.
Patos, Ago/2002.
Meu nascimento