Nas curvas do teu corpo
Mauro Pereira
Teu corpo é um rio de águas revoltas,
Por onde meu corpo entre as curvas serpeia.
E nesses meandros Minh ‘alma vagueia
Por grotas secretas, em sonhos envolta.
Aqui uma garganta, sem pejo ou rodeios,
Emite em som rouco o que a mente anseia.
Engole meus beijos, me eriça, me enleia...
Me atira aos rochedos em forma de seios.
Além uma gruta me serve de abrigo!
Estaco na entrada e alheio ao perigo,
Mergulho em penhascos de escarpas rosadas...
Afogo os desejos em fendas profundas.
Depois uma calma sem par me inunda.
Sou náufrago exangue sem barco sem nada.
Manaus, 1997.
P/Tânia