QUIMERAS
Mauro Pereira
Surgiste como surge o vendaval.
Um vento brando que depois se agita,
E verga troncos e o mar estica...
Que arrasta tudo com o seu caudal.
A brisa: o sorriso angelical.
A fúria: o teu corpo. E os alamares
Premindo a roupa sobre mil lugares,
Tormenta de desejos. vendaVal!
Quedei-me no caminho, na esperança
Que o ímpeto sensual dos teus encantos,
Fizesse-me de novo ser criança.
Chegaste e foste. Nem sequer notaste
Um ser exangue a te rogar, em prantos,
Que o beijo do teu corpo lhe roçasse.
Manaus, 27/09/1995
P/ Val (Valdirene)