RUÍNAS
Mauro Pereira
Meus trastes juntei... E sentei-me ali,
Fingindo ler o meu jornal antigo,
Que logo à noite será o meu abrigo;
E o breu cobriu a luz e eu nem senti.
Num banco de praça e só, adormeci.
Alheio à chuva, ao vento e ao perigo.
Enrodilhado como um cão mendigo.
Meu ultimo pensar foi para ti.
Revi as lágrimas... os olhos, vermelhos...
Lábios tremendo a me dizer conselhos...
Senti a tua mão sobre meu ombro,
Puxando a minha face para si.
—Venha! Vamos sair desses escombros!—;
Abri os olhos... busquei-te... Eu te perdi!
Brasília, 09/09/2017
A vida