Meus Vinte e um Anos
Mauro Pereia
No galho da roseira de minha vida,
Ninada pelo aflar das esperanças,
Uma nova flor que há pouco abriu, balança
No meio de outras vinte envelhecidas.
Vinte e um anos! Como a vida é cheia
De ilusões, de sonhos, de esperanças...
Castelos que ergui quando criança,
Tudo é agora um montão de areia.
A minha juventude incontrolada
Deixei pra trás, sem esplendor sem brilho...
Eu sigo agora por uma nova estrada,
Que lá adiante se faz em dois trilhos:
De um lado uma vida oca desregrada.
Do outro uma esposa, um lar feliz, um filho.
Patos, 06/05/1965.