IRIS DOS MEUS OLHOS (Soneto)
Mauro Pereira
Invade-me a mente, quando a vejo,
Com esse andar sinuoso e insinuante
— e foi assim desde o primeiro instante —,
Volúpia, comichões e mil desejos.
Retiro o olhar, mas qual! O pensamento,
— menino arteiro — brinca irreverente!
Busca as imagens e te faz presente.
E aumenta ainda mais o meu tormento.
Insano fica o coração, já gasto
De tanta dor por tanto amor nefasto,
Com esse fruto a mais dos meus ardores.
Seja prudente! Pede-lhe a RAZÃO.
Chame por ela! Grita-lhe a PAIXÃO.
Coitado! A qual servir, desses senhores?!
P/ Iris Brasília, OUT/92