DRICA (Acróstico)
Mauro Pereira
Deitou nos sonhos meus, como quem não quer ir.
Reperfumou meu ar, como faz a florista.
Instou para ficar, como quem quer dormir.
Cansou, calou, dormiu como faz a passista.
Assim, como quem dorme o sono dos aflitos,
Gemeu e contorceu como um ser drogado.
Um lúgubre gemido, ao se por de lado,
Impôs silêncio e abafou o agito.
Mera contemplação platônica, proponho.
Agora, não mais quero que se vá daqui!
Repousa! Enquanto orna o meu trapiche!
NÃo! Não saia mais de meus bisonhos sonhos!
Esqueça de acordar e fique por ai!
Servindo de alimento aos meus fetiches.
Brasília, 24/05/2019