I N C E R T E Z A S
Mauro Pereira
Dos males da vida, o que mais me chateia,
É não ter do Supremo, sequer uma dica
Do que eu farei! Ser-me-ão elas ditas?
Pra onde que vou, ao deixar esta aldeia?
O que faz o viajor, tão logo ele apeia
Na gare celeste? Ele se identifica?
Vai já prestar contas? Ver se é lá, que fica?
Ou segue pra onde é a dor que permeia?
Ser-me-á dado um tempo adicional,
Pra ajustar-me ao labor da deidade?
E saber como é que o tempo se aplica?
Deus! Permita que eu lá tenha, liberdade
Pra obter um atestado que me indica,
Estar pronto para o egresso do Umbral.
Brasília, 31/12/2019