ENQUANTO AS ÁGUAS PASSAM
Mauro Pereira
Quando estou só, comigo, à beira-rio,
em meio à flora e aos seres ribeirinhos.
Olhando o que ele arrasta em seu caminho,
sentado no barranco, escuto o rio!
Seja na cheia ou seja no estio,
da passarela sobe um burburinho
Um rumorejo que sai dos escaninhos
murmurejando. É a voz do rio!
Na longa esteira, o graveto e a folha,
apoiam-se um no outro, sem escolha.
Alheios ao destino do caminho!
Também assim, esvai-se minha história!
Com tantas folhas cheias de memórias,
Nos vórtices cruéis dos redemoinhos.
Uberaba, 23/07/2020