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Nem SONETO nem FUTEBOL
Mauro Pereira
Soneto é um palácio pequeno e perverso.
Que não tem janelas nem outra visada.
Que tem um portal e franqueia a entrada,
A quem se aventura a escandir os seus versos.
Dois quartos na entrada, em sombras imersos,
Mais dois de, três leitos, no topo da escada.
Esperam que um poeta com alma pejada,
Ocupe-os com ideias em versos diversos.
Se ainda não sabe como é um SONETO,
A sua estrutura, a métrica, a rima...
Não o mate! Por Deus! Estude e dê vida!
Se não segue as regras, o chame de ESPETO!
E fure as normas, ampute as medidas...!
Pois sua feitura impõe disciplina.
Uberaba, 17/08/2021