O teu apego a regras, que o teu rosto estampa,
Bate com tanta força em mim, como um castigo.
Por querer solta, a mágoa que teu peito estanca,
não permitindo que eu, possa sorrir contigo.
A sisudez do teu semblante é, às vezes, tanta
que a angústia espreme os lábios num esgar mendigo.
Tentando impedir que um dengo meu destranca
tremores e suspiros, de prazer, retidos.
Vasculha, dentro em ti! Talvez um impropério
possa apagar o fogo do desejo empírico,
e impeça, uma vez mais, que à razão se renda.
Esse dilema teu, entre o pecado e o sério,
negando ao corpo o viço, que já deu-lhe o espírito,
Só faz cobrir teu corpo, com um véu de renda.
Brasília, 05/ 04 /2022.