Mauro Pereira
O piso em que ela pisa é a passarela,
Onde, com os kits de limpeza em mãos,
—Sem que isso altere a altivez com que ela
Desfaz propostas, sugestões... em vão!
Amo as virtudes, que ela a mim revela.
Amo a firmeza com que diz um "não".
Amo o abraço com que gruda eu nela...
Amo rolar com ela, num colchão.
Amo a penumbra. Quando a luz salpica
Seu corpo nu, por onde o meu se estica,
Nas suaves curvas de u'a mulher madura.
Não vejo mácula em seu caráter nobre.
Sequer defeitos, por ser ela pobre.
Eu amo a sua superfície escura.
Brasília, 11/04/2023